sábado, 5 de abril de 2014

O casaco cinza...

Quando as relações terminam, sempre ficam aquelas coisas esquecidas pelo caminho, coisas que temos que devolver porque não são nossas. Foram esquecidas em um dia que ele saiu com pressa, ou que simplesmente ficaram lá para serem levadas depois. No meu caso foi um casaco cinza, que ele me emprestou um dia que eu estava com frio e acabou ficando comigo; lavei, guardei e não devolvi porque sempre acabava esquecendo e porque ele nunca queria pegar, ele gostava de saber que estava comigo. Mas ai a relação acabou e lá estava o casaco “olhando pra mim” e fazendo a minha saudade que já era imensa se tornar ainda mais dolorida.
Naquele drama de como devolver, acabei concordando com o fato de devolver pessoalmente. Ele sugeriu e eu aceitei de imediato. Eu que tinha decidido terminar a relação dois dias antes, porque viviamos em momentos diferentes, eu queria me apaixonar, namorar e viver uma paixão, ele gostava das coisas como estavam, queria deixar rolar, não estava pronto para chamar aquilo de namoro e foi muito sincero comigo.  Estávamos juntos apenas há um mês, e eu queria definir tudo como sempre, queria dar nome as coisas, precisava dizer que estava namorando e acabei foi ficando sozinha.
Voltando ao casaco, ele foi buscar. Chegou lindo, cheiroso e cheio de amor pra dar! Ele ainda achava que todo aquele meu drama era uma bobagem, achava que devíamos continuar juntos porque estávamos felizes daquele jeito nosso de estar e tinha razão, eu sabia que tinha e ele ainda estava lá, que bom.
Mais uma vez eu cedi, e cedi porque naquele momento beija-lo e me jogar nos braços dele era mais importante do que estar namorado. Talvez quinze minutos depois eu mudasse de ideia, geminiana que sou, mas naquele momento era tudo que importava.
Na hora de ir embora, ele pegou o casaco na mão e me perguntou: - Levo ou deixo aqui? Eu ri e disse para ele levar, afinal ele tinha ido lá pra isso. Ele disse que não, que tinha ido lá para me ver e sugeriu então levar o casaco e deixar comigo o cachecol que usava, porque assim sempre teria um motivo para voltar, caso eu desistisse da gente mais uma vez.
Ainda bem que ele deixou o cachecol...

3 comentários:

  1. Conta maissss!!!

    Bjss
    Day

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  2. Que lindo e muito real. Conheço histórias bem parecidas. Você escreve muito bem!

    Beijos,
    Angélica :))

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    1. Uma honra ter sua visita :) Obrigada pelo carinho!
      Foi uma história vivida por mim :* beijo enorme!

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